Queda da construção civil aprofunda retração do investimento

02/12/2015

Em Nota à Imprensa, a CBIC destaca que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nessa terça-feira (01/12), comprova o forte impacto negativo da redução continuada da atividade da construção civil sobre a economia brasileira em 2015 e sobre os investimentos. Combinados, o quadro de recessão e a sazonalidade do setor, que registra desaceleração de suas atividades no último trimestre do ano, devem forçar uma revisão para baixo das estimativas. Os dados do IBGE somam-se a outros indicadores negativos para o setor, especialmente a redução de postos de trabalho. “Esse resultado confirma a necessidade de o Brasil enfrentar seus problemas estruturais”, diz José Carlos Martins, presidente da CBIC. “Não basta mais aplicar remédios, é preciso fazer uma cirurgia”, frisa, defendendo a adoção de medidas que revertam o cenário atual para além do ajuste fiscal.

Segundo o IBGE, a indústria da construção já caiu 8,4% nesse ano. Os números reforçam o pessimismo do setor, que sofre impacto negativo de um conjunto de fatores como a suspensão dos investimentos, o atraso nos pagamentos de obras contratadas e executadas para o governo federal, o aumento de impostos e a escalada da inflação. A deterioração continuada do cenário deve levar à perda de meio milhão de postos de trabalho em 2015.

Martins reitera a defesa da adoção de medidas que viabilizem a retomada dos investimentos. Na sua avaliação, fatores como a incerteza econômica, a instabilidade regulatória, os custos de financiamento, o atraso dos leilões de grandes obras de infraestrutura, e a suspensão dos investimentos estão entre os principais fatores que retardam a recuperação do PIB. Os dados divulgados pelo IBGE indicam que a taxa de investimento do Brasil passa de 20,2% para 18,1%. A indústria da construção defende a melhoria na qualidade do investimento público e a remoção de gargalos que inibem o investimento privado.