Mercado imobiliário do Amazonas levanta preocupações, mas acredita em melhoras para o setor
O Amazonas iniciou o ano de 2023 com bons números em vendas de imóveis novos, mas o setor levanta preocupações que podem afetar o desempenho do mercado nos meses seguintes. A soma das vendas de imóveis novos nos três primeiros meses de 2023 representa um montante de R$ 368 milhões.
As informações fazem parte do estudo de Indicadores de desempenho imobiliário realizado pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM) e divulgado na manhã desta quinta-feira (25) à imprensa.
O presidente da Ademi-AM, Henrique Medina, ressalta que com muita dificuldade o setor no Amazonas lutou para conquistar o resultado em vendas no trimestre.
“Vendemos com muitas dificuldades devido aos juros altos, as indefinições do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. Repetimos praticamente os mesmos números do ano passado, mas estamos felizes porque no Brasil, tanto em lançamentos quanto em vendas, teve uma redução considerável, no Amazonas conseguimos manter os números no primeiro trimestre de 2022”, destacou o presidente da Ademi.
Para o setor no Amazonas conseguir chegar ao resultado do trimestre, Henrique Medina destacou que os incorporadores estão ampliando as condições de pagamentos dos clientes. “A Ademi está buscando parcerias com o governo do Estado e prefeitura no sentido de fomentar a entrada do imóvel, no caso do Minha casa, Minha Vida”, disse Medina.
Segundo o presidente, o bom desempenho de vendas no primeiro trimestre foi baseado no número de lançamentos imobiliários em 2022 que foi recorde. Ano passado foram lançados 26 empreendimentos, somando um total de 8.056 unidades – aumento de 75,6% em relação ao mesmo período de 2021 (4.589 unidades). Os primeiros meses do ano foram lançados 3 empreendimentos, a mesma quantidade de lançamentos do mesmo período do ano passado.
Das vendas realizadas, 620 foram do padrão econômico, 530 nos demais padrões verticais, 333 em unidades horizontais e 7 unidades comerciais. E os bairros que representaram juntos 75,1% das unidades vendidas no primeiro trimestre, foram: Ponta Negra (386); Parque Mosaico (170); Santa Etelvina (154); Tarumã (128); Colônia Terra Nova (104) ;e Cidade Nova (94).
Das unidades residenciais vendidas, a tipologia com maior participação é a de 2 dormitórios, o que representa 91,1% do total das unidades residenciais verticais, equivalente a 1.048 unidades. A tipologia de 3 dormitórios foi a segunda mais vendida, são 78 unidades, isto é, 6,8%.
Em termos de metragem, as unidades com até 50 m2 representam a maior venda líquida, o equivalente a 88,2%. Do total de vendas líquidas, 77,2% foram de unidades residenciais verticais, 22,3% em unidades horizontais e 0,5% de unidades comerciais.
Preocupações
Ainda segundo a pesquisa da Ademi, os bairros que mais vendem em Manaus é Ponta Negra e Parque Mosaico, na zona oeste de Manaus, mas algumas problemáticas que hoje existem causam preocupações ao setor em médio prazo.
“Há um investimento imobiliário muito grande nesta região, um vetor de crescimento do médio e alto padrão. Agora é importante pensar nesta região em cinco anos, segundo projeção da Ademi nos próximos dez anos terão pelo menos 50 mil unidades lançadas e precisamos ver projetos de mobilidade urbana que contemplem o escoamento dos veículos dos moradores que ali vão residir. Por isso o diálogo com o poder público deve ser estratégico para juntos pensarmos na mobilidade
urbana”, destacou Medina.