Exportação na construção deve superar compra
O câmbio desvalorizado deve aumentar em mais de 10% as exportações de materiais de construção e reduzir a compra desses produtos importados em 30% neste ano, de acordo com a Abramat, que representa o setor.
Se a mudança for concretizada, as exportações brasileiras da construção civil voltarão a superar as compras de materiais de outros países.
“Em 2015, a redução nas importações foi de 21%, o total nas compras foi de US$ 6,9 bilhões. Em 2016, caso o câmbio continue desvalorizado, teremos uma nova queda nas importações”, diz Walter Cover, presidente da Abramat.
Na sexta-feira (12), o dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou a R$ 3,99.
“O real supervalorizado era a grande razão para o aumento da entrada de importados. As empresas fizeram visitas a países e alguns setores que haviam reduzido exportções retomaram, como os de vidro e materiais elétricos”.
“O problema é a falta de longo prazo. Até 2009, vendíamos para 40 países. Atualmente, cerca de 10% da nossa produção se destina ao exterior”, estima Josselei Delfini, executivo da Lanzi.
Com a vantagem cambial para o exportador e a queda do consumo interno, a marca de revestimentos deve passar neste ano a vender 30% do que produz a outros países.
“É a produção das empresas para manter a atividade”, avalia José Augusto de Castro, da AEB (associação de comércio exterior). “A vantagem só não é maior porque os custos de produção subiram”.